Na ilustração, uma cena de Geínha, onde há também saborosíssimos diálogos. A imagem é um link, que leva á Lista de Personagens de meus livros (PDF 640KB), onde a menina Talia, a telária Tóxia e o escaravelho Kefer se incluem. Quem começar a ler Géa pelo lugar certo, o Livro Primeiro, notará que os diálogos de Rá, Clausar e Gia não se parecem com a linguagem coloquial e corriqueira dos brasileiros, embora estejam escritos em português. Essa maneira de eu “traduzir” tais diálogos deve-se a um propósito bem definido: o de preservar o jeito peculiar de esses geóctones (entes nascidos no planeta Géa) falarem, porquanto não são terráqueos nem brasileiros. E quando os tridélticos (terráqueos) Talia e Terrar entram em cena a dialogarem com geóctones, adotam parcial ou integralmente o jeito destes, seja por contágio, seja por educação, seja por quererem mostrar sua solicitude. |
Os triomegas (geóctones) Clausar e Gia, por exemplo, tuteiam-se (tratam-se por tu) durante a obra Géa inteira, já que essa é a maneira de os geóctones mui íntimos conversarem. Também é a que os triomegas usam quando dialogam com um moribundo ou com quem pretendam matar. Rá é aparentemente "apenas" um garoto (enkinho) geóctone de doze "espectros" (anos) de idade. Porém, em verdade não é "só" isso. Ele traz no inconsciente, e mais tarde no consciente, as encarnações passadas. Na primeira delas foi um aracnopólipo genial e bom, chamado Octopogéon (géon quer dizer luz). Esse aracnopólipo foi o construtor do planeta Penta Ro Bolinei de fotofrátax (há várias imagens de Penta neste site), a partir do planeta original, parecido com a Terra. Octopoég exagerou nas experiências místicas, feitas perante certo especialíssimo espelho cuja história é narrada no livro )que(, e enlouqueceu, tornando-se maligno e o responsável, entre outras coisas ruins, pela Primeira Guerra Galáctica. Encarnando no planeta Géa, antes de nascer como Rá, Octopogéon-Octopoég foi Rasek, o pai de Clausar. E Rasek renasceu como Rá, filho desse mesmo Clausar. Por ter sido Octopoég, por ter sido Rasek, e também para reparar um crime de seu pai Clausar, o enkinho Rá é circunspecto! Ele fala "difícil", às vezes... Portanto, seu diálogo com os pais - e mesmo com Tóxia, a divertida mas temível telária da peçonha mortal - não se parece propositadamente com o que se esperaria de um "garoto" com doze espectros de idade. Rá chega a assumir ora uma ora outra personalidade; é ora o enkinho, ora o velho; é ora Rá, ora Rasek. E para tanto adota o jeito de falar ora de um ora de outro. É fácil perceber essa mutabilidade, durante a leitura de Géa. Tudo isso não impede que a conversação de Rá, Tóxia, Kytelária e Octopodeimos seja deliciosa e absolutamente natural. Ela se acha reproduzida sob uma das ilustrações deste site, com acesso pela página principal. Não pretendi criar um link aqui para esse ponto por dois motivos: o primeiro é priorizar a continuação desta leitura (pois o extrato é o mais longo de Géa neste site); o segundo é interessar Você na visitação de todas as ilustrações. Porém, se Você fizer questão, cá está o link - depois de ler essa conversação, use a seta "Voltar" do seu browser para continuar a ler esta página a partir deste mesmo ponto, por gentileza. Outro aspecto dos diálogos na obra suprema é a diagramação da página de acordo com a velocidade das falas. Quando estas se sucedem rápido, não pulo uma linha sob cada parágrafo, como costumo no resto do texto. É o caso das ordens dos comandantes durante as batalhas das cosmonaves, ou da conversação veloz das crianças, quando se excitam. Neste ponto exato da página "O objetivo deste site" há links com amostras em JPG (sic) das páginas de Géa com o texto assim formatado. Mais uma perspectiva sobre os diálogos mostra cada fala contendo o nome da pessoa a quem o falante se dirige, quando mais de duas conversam. Isso não é truque no caso dos geóctones, porque eles falam mesmo assim, se há três ou mais pessoas em conversação. Por outro lado, ajuda-me a apresentar diálogos acelerados e mais presentes, sem a minha interferência (a do autor) com o acréscimo de dizeres explicativos a respeito de quem falou ou falará; por exemplo: - Todo o mundo gosta de pretiscos, Rá! - Todo o mundo, não, Talia: apenas quem já os provou. Esse uso evita o seguinte, de leitura mais lenta e que força perspectiva mais distante, com a inclusão do esclarecimento do autor: - Todo o mundo gosta de pretiscos! - diz Talia. - Todo o mundo, não: apenas quem já os provou. - responde Rá. Porém, quando quero apresentar um diálogo mais lento, e máxime se desejo inserir comentários, prefiro excluir das falas os nomes das personagens e acrescento os meus comentários. Por exemplo: Todo o mundo gosta de pretiscos! - diz Talia, com uma carinha de quem quer mais, e sem jeito de pedir. - Todo o mundo, não: apenas quem já os provou. - responde Rá, fingindo não perceber a intenção da menina. Em toda a obra Géa cabe destacar a quase ausência de palavrões em português: quase todas as palavras obscenas aparecem nas línguas dos alienígenas, máxime em teruzês. Isso não foi para evitar nossas tão amadas palavradas; sim, para colocá-las na boca de quem menos se espera: Talia, a virgem terráquea de doze anos de idade, que adoece sob a influência do Desrelacionador (também personificado como Oég, a Morte) e começa a trocar suas lindas frases poéticas por outras, com sentido e vocábulos diferentes. Ouvir de seus lábios puros os piores palavrões, já em português, não somente choca, mas lirica as cenas desse episódio. E isso só acontece na leitura de um dos últimos livros da obra, depois da ausência de obscenidades em português nos livros anteriores. O personagem terráqueo Arqueu tem quarenta mil anos de idade e sabe quase tudo. Sabe falar com a perfeição de quem assistiu ao desenvolvimento de todos os idiomas terrestres, quando não foi seu próprio iniciador. Então, ora por divertimento (verbi gratia quando fala com o terráqueo Terrar), ora para responder à altura (por exemplo quando conversa coa mestra terrícola de literatura Louriage), passa acinte do gíria ao vernáculo e mesmo ao arcaísmo. Os hercúleos umalfos falam como os gregos antigos. Os tripulantes aracnopólipos de astronaves falam qual militares que são. Os umunos falam de um jeito só deles, que soa como as bobinas gravitacionais que são os seus corpos. E desde já exijo dos diretores e seus engenheiros de áudio, ao gravarem o áudio dos filmes de Géa e de meus outros livros que NÃO estraguem a inteligibilidade das falas dos umunos nem de quaisquer outras personagens minhas, como é costumeiríssimo ao gravarem ou dublarem os alienígenas de obras alheias, com a aplicação incorreta e jactanciosa de efeitos especiais no som. O escrito Géa só contém a palavra "que" uma vez: é um hápax, colocado adrede no fim da última linha da derradeira página. A palavra "porque" não existe na obra inteira. Essas ausências incluem-se no Livro Treze! Por esse motivo - o qual não é simples estilismo tolo porque desfecha importante episódio com plena razão de ser -, necessariamente os diálogos não poderiam parecer, mesmo que se dessem entre terráqueos, com a linguagem coloquial brasileira. Isso foi proposital e distingue o escrito Géa. Ele é e soa diferente, além de soar bem. Ao escrever os diálogos, adotei o uso de travessões, que acho indispensáveis. As dificuldades em meu escrito não estão ali por descuido ou pedantismo; sim, onde e quando devam; por exemplo, nas questões filosóficas ou técnicas. Escrever desobedecendo a pontuação, misturando o texto do autor com o das personagens, dificulta sem trazer benefícios. Obriga à releitura na hora errada: durante a leitura, voltando-se atrás um ou dois parágrafos, às vezes página inteira, para que se possa entender o texto. A boa releitura é feita depois da leitura integral da obra, por saudade, para estudo ou a obtenção duma consciência holística do conjunto. E por mais difícil que pareça, uma obra se torna fácil quando dela a gente gosta ou a relê. E também adotei um critério de pontuação correto, segundo as normas gramaticais brasileiras em vigor. Não apenas isso; como me dediquei a vida inteira ao som, fiz questão de pontuar de acordo com o nível e a entonação vocal dos colocutores. Quando alguém pergunta algo, o acento na frase não cai necessariamente no fim; como se dá neste exemplo: - Você comeu zúnias hoje, Tóxia? Note que ninguém no Brasil falaria isso com a acentuação no fim da frase. O certo seria dizer assim: - Você comeu zúnias hoje? Tóxia. Porém, o ponto de interrogação no meio da frase corta-a em duas, já que o nome Tóxia começa com inicial maiúscula. Conforme o texto, isso resultaria em dubiedade ou dificultaria a leitura, máxime se depois da palavra Tóxia houvesse outra(s): - Você comeu zúnias hoje? Tóxia, telária da peçonha mortal, rainha das télias, poderosa predadora. E pior ainda se a continuação da frase se quebrasse no fim de uma página para continuar noutra. Para poder acentuar como desejei, acrescentei a interjeição "ó", antes da palavra com inicial maiúscula, o que mostra ser esta uma continuação, em vez de um início de frase: - Você comeu zúnias hoje? ó Tóxia, telária da peçonha mortal, rainha das télias, poderosa predadora. Isso serve também para criar um novo modo de falar, que corresponde ao dos alienígenas em questão - mas foi, sim, um truque meu, porque os geóctones não costumam falar assim (...). Claro! há inúmeros outros casos especiais, a serem vistos na leitura de Géa. Quando um autor, mesmo considerado "grande", não pontua, pontua erradamente, ou insuficientemente, cabe cogitar: ele não sabe pontuar! Bom motivo para um "grande autor" não saber pontuar e acentuar é a sua experiência com outras línguas, que o confunde no uso de cada qual, bem como a leitura de obras antigas do seu idioma, com pontuação correta para as normas da época, mas diferente da atual. Nos meus escritos, se a pontuação não estiver de acordo com a norma gramatical, terá sido mesmo erro meu, porque não subterfujo. Não quero abolir a utilíssima acentuação; muito menos, transformar o português em inglês; e jamais, fazer de diferente. Chego ao extremo de não usar o corretor ortográfico do processador de texto: tanto a acentuação, como a pontuação e a grafia foram todas corrigidas à mão por mim mesmo em toda a minha obra - e isso inclui as páginas deste site. Desde já informo: a ausência da palavra "que" no escrito Géa não foi um estratagema para esconder o desconhecimento da norma gramatical para o uso dessa palavra. Quem disso duvidar, leia o comecinho (PDF 61KB) do livro )que(, onde encontrará, numa só página, TODOS os usos de "que", aplicados da maneira correta. E se você gostou do que terá lido, se entrou no link imediatamente acima, então talvez adore este (PDF 54KB) outro, meu "cartão de visita" aos literatos... Para evitar o truque de usar o "ó", inventei e propus a adoção do "ponto de exclamação com vírgula" e do "ponto de interrogação com vírgula". Esses dois novos sinais de pontuação eu poderia fácil ter criado no processador de texto com o recurso da sobreposição de caracteres, mas não quis adotar uma novidade sem a propor antes, inclusive porque os teclados dos computadores atuais não permitem diretamente essa prática, nem todo processador de texto a admite fácil, e mesmo as impressoras e as editoras de livros poderiam ter dificuldades em pô-la no papel. Essa proposta está no Livro Treze, muito bem explicada. Os referidos pontos seriam pontos de exclamação e de interrogação onde o ponto seria substituído por uma vírgula, num só sinal gráfico, que equivaleria a "!," e a "?,". Ao traduzir o teruzês, língua dos habitantes de Teruz, um país do planeta Géa, fui pingando aqui e ali no texto algumas palavras desse idioma alienígena, e o fiz de um jeito que permite à Leitora, ao Leitor, o aprendizado suave, sem recorrer ao Glossário Geóctone, no Livro Treze. Avançando-se na leitura dos livros seguintes, aparecem mais palavras teruzesas (as grafias "teruzezas" e "teruzesas" são ambas válidas na minha tradução do idioma teruzês). Chego a inserir parágrafos inteiros escritos em teruzês, como toda a sintaxe muito bem elaborada e as flexões das palavras outrossim - mas sempre com a tradução em seguida ou com a chave para a solução, pois não foi meu propósito nem é de meu feitio confundir a Leitora, o Leitor, inserindo textos indecifráveis e dando a estes um falso carisma de coisa oculta, transcendental e alcançável só por iniciados, adrede para refletir essa "luz" sobre a efígie do autor e auferir prêmios literários. Meu objetivo nunca foi criar um idioma completo. Se assim fosse, eu teria de produzir diversos, pois em minha obra há inúmeros planetas com seres de variadas espécies, bem como a Irmandade Galáctica, todos com seus próprios vernáculos. Inventar tantas línguas não me seria difícil; sim, perda enorme de meu tempo, que preferi destinar ao que interessa: a escrita da obra, a qual mesmo assim me ocupou dez anos felizes, sem considerar o período dedicado à preparação nem às ilustrações que criei depois ou à feitura deste site. Como sei da forte probabilidade de minha obra vir a ser filmada e lançada em muitas mídias, preferi deixar às equipes contratadas pelas empresas dessas mídias o trabalho de elaboração "braçal" dos muitos idiomas para os numerosos povos que falam em meus escritos. Se aceitei investir meu tempo em ilustrar meus livros, foi porque as ilustrações assaz se prestam a chamarem a atenção das pessoas aos livros. E neste próprio site venho informando que as minhas ilustrações não chegam aos pés dos meus textos. Também elas serão refeitas por profissionais e com equipamento à altura, quando minha obra se expandir. Não foi, portanto, por incapacidade de criar idiomas completos que o não fiz; sim, apenas, pelos motivos supracitados. Ao longo da obra Géa, os característicos dos diálogos obedecem a critério mui definido, que será descoberto por quem ler e não se deixar levar pela crítica imediatista, achando-os pouco naturais. Não é pra ser "natural" mesmo! Quando Géa for lançada no cinema nacional ou estrangeiro, talvez a Leitora, o Leitor, que não tenha compreendido o motivo de serem como são os diálogos escritos, ilumine-se e releia a obra. Esse é um dos motivos de minha recomendação de leitura e releitura, bem como de não se rotular o meu trabalho e nem a mim. Portanto, sugiro que, ao ler, ninguém vá "amando" ou "odiando" os diálogos de meus livros! Amem ou odeiem, sim? depois da leitura e da releitura. Por meio de alguns dos links mais abaixo nesta página, você poderá conhecer as opiniões de quem leu parcial ou integralmente os meus livros, os únicos que já fazem sucesso antes mesmo de serem publicados. Cláudio César Dias Baptista - CCDB NÃO TEMA O TEMA "DIÁLOGOS"! Leia aqui um texto de Géa em que Arqueu fala "difícil", seguido de outro em que ele fala "fácil". Ria com o diálogo (extrato da obra Géa) "Querer matar sozinha", entre Tóxia, Posenk e Clausar... Mais, sobre as palavras alienígenas constantes desta página e doutras Palavras alienígenas nos textos sob as ilustrações de meus livros
- CCDB - 05-06-2005 - CCDB - 27-03-2008 Voltar a "Para saber mais sobre Géa" |