A metade superior do mundo além da janela é céu cravejado
de géons multicores, onde fica mais fácil contar os pontos escuros.
A metade inferior é treva absoluta: se existe o Nada, está ali! O
hemisfério acima supera o abaixo em dimensão: o horizonte atro
deixa, muito a contragosto, avaliar a imensa esfericidade de Géa.
E o orbe envergonhado enegrece, ciente de colapsar-se no poderoso
intelecto adolescente de quinze espectros e de tornar-se, em um
tríntico, o mais ínfimo grão pulvéreo a derivar na infinitude.

Tadam-tadam... tudum-tudum... tadam-tadam... tudum-tudum...
tadam-tadam... tudum-tudum... tralalá-trelelé-trololó-trululu;
tetetrék-tetrék-tetrék-tetrék... tadam-tadam...
tudum-tudum... tadam-tadam... tudum-tudum...

Escalando escuras alturas, Clausar observa amarelejar, lá embaixo,
a luminosidade quadriculada dos vagões, janelando junto à jângal,
jurando jubilosas jornadas, janotando jalnes jóias, justando
jogos joviais, jaculando juvenis jogralescas... e, jactando-se,
sinestésico som sincopal substitui o ritmado ruído das rodas:

Estou aqui, na frente... estou aqui, pra trás... estou aqui, na frente...
estou aqui, pra trás... estou aqui, na frente... estou aqui, pra trás...
estava lá, estava a pé, estava só, estava nu; eu te pego, te prego,
te afogo, te apago... estou aqui, na frente... estou aqui,
pra trás... estou aqui, na frente... estou aqui, pra trás...