CAPÍTULO "SOLÍFUGOS OLHOS" - COMPLETO
(Onde "írios" significa "olhos"; "enks" são os homens do planeta Géa; "gédia" é "vida";
"triomega" é o habitante de Tri Omega Telariae - o mundo Géa; Ky é a filha-amante
de Clausar; e as outras palavras que você desconheça estarão fáceis de entender
no próprio texto de Géa, onde seu aprendizado é programado e paulatino,
bem como verbetizadas no Livro Treze) - CCDB
Sisudamente dizem os mitólogos: “Os deuses criaram os mortais.”.
Não seria o contrário? Não teriam os homens e os enks criado seus
deuses para habitarem as alturas e os abismos? Não haveriam os
gregos criado o Olimpo; e os hédeos, o Extasium?
Sejam os mortais os criadores dos deuses, ou dê-se o
inverso; e se Clausar não tem mérito algum na gédia, hoje faz jus a
um crédito ao menos: o geóctone acaba de criar nova deusa para
morar de lúmia no Extasium e de cromat no Tenebrium, o Inferno
dos hédeos.
Só quando Clausar se deita, a nova deusa é benévola, e o
triomega liberta-se-lhe da influência; todavia, quando Clausar
acorda, a déia encrudelece e, malevolente, mantém-se-lhe ao lado
feito a mais implacável das sombras, a atiçar-lhe o lumaréu de dor.
Sem mais nem menos, a divindade foi criada por Clausar no
estato quando seus írios fitaram outros írios; e esses írios eram os
seus próprios, e estavam no semblante de Ky; e esses írios diziam
agéo, na cor do mais profundo mar de Géa. Desse estato em diante,
Clausar livra-se da deusa de lúmia, pois pode sonhar com Ky, e é
perseguido por ela de cromat, porquanto precisa lembrar de Ky.
Súbito, Clausar conscientizou tão nítida e vera a presença da
entidade recém-nascida, a ponto de lhe dar um nome: Saudade. E
esse nome não satisfez o nomeador, pois saudade é coisa morta: aos
poucos se decompõe e desaparece, qual os cadáveres.
Saudade igual a de Clausar não está morta: é gédia; está
viva! Saudade viva cresce feito as crianças e torna-se adulta, forte,
vigorosa! Mesmo assim, um cromat a saudade viva envelhece e
morre. Porém, a saudade de Clausar não morreria jamais: é imortal!
Por isso se tornou uma deusa, a nova deusa! E como não era bem
saudade, pois não podia morrer, Clausar inventou para essa deusa
outro nome, e esse nome contém a rima de saudade com eternidade;
traz gosto de saúde, sal e ternura; é coisa de Sul - southern - e não
tem idade, pois é eterna. A deusa passou a chamar-se Sauternidade...
Sauternidade: a Deusa da Saudade Eterna.
Sauternidade ostenta nome comprido, mas seus devotos - se
assim devemos chamá-los - possuem todo o ritmo dos mundos para
pronunciá-lo. Como não? Devemos sim, chamá-los devotos! Quem
a conhece pode dizer o contrário; entanto, não quer separar-se dela:
Sauternidade porta-lhes o mais doce sofrer!
Sauternidade talvez sempre haja havido. Entretanto; por
junto melíflua e nefasta; parecendo dúplice, e revelando duas faces
verdadeiras; é tão enérgica de modo a - quem sabe? todos até hoje
terem evitado denominá-la. Clausar foi o primeiro e, por esse ato
corajoso, merece ser considerado criador da diva.
Sauternidade é poderosa! Basta enunciar ou recordar-se-lhe
o nome; e pronto: sente-se um aperto no coração; as palavras
saem-nos entrecortadas; e a letra, já trêmula, arrasta-se-nos, trépida!
Seja bendito o teclado do computador, onde o escritor e o
textor conseguem corrigir os erros e apagar os caracteres trocados
uando - perdoe-me Leitora! Leitor! não sou capaz de corrigir a
Verdade! - quando a divindade põe a cáliad - desculpe! - a cálida
mão sobre a nossa, e volvemos os olhos e os írios a sua imabem...
imagem lúcida, e ela sorri, e subri, e depois nos deixa por
mais algum tempo, algum ritmo, para permitir os retoques no
texto e a descrição de seu rosto, onde entreluzem,
para mim e para Você, írios de mar profundo...
os mesmos írios de Clausar e de Ky!
Se Wolfgang Amadeus Mozart escrevia de uma só vez e sem
erros as suas obras, então jamais teve o desditoso privilégio de
conhecer Sauternidade! Porventura a Deusa estaria longe da Terra
de 1756 a 1791, às voltas com Penta Ro Bolinei; ou confinada na
França, lecionando tudo ao Marquês de Sade, de 1740 a 1814...
Sempre existira, ou fosse desde quando nasceu, Sauternidade
adquiriu diversos poderes, entre os quais o de refletir a cor dos írios
de quem se ama (ou belda) e para sempre se vai; e para sempre se
perde, feito esmeralda no fundo do mar profundo. Para Você;
Leitor, Leitora; qual é a cor dos írios de Sauternidade?...
Sabe? Pensando bem, tanto faz a cor... em todos os casos
possui um matiz especial, um fulgor líquido de pranto; e as lágrimas
têm o sal marinho, são o próprio mar; e o mar é profundo, da cor
dos írios de Clausar, de Ky e de Sauternidade...
São passadas duas mil páginas. Devo prosseguir, Leitora,
Leitor, pois não tenho todo o tempo do Universo para contar-lhe
a história de Géa. Gostaria de tê-lo; contudo, igual a Clausar (e
acaso a Você), Sauternidade só me permite ser eterno quando me
entrego inteiramente a Ela e quando sonho com Quem Lhe volveu
meus solífugos olhos e se foi, empós dezesseis primaveras...
Sauternidade! A Ti dedico dezesseis sofridos parágrafos!
Dezesseis anos de minha desesperançosa vida; eu, gêmeo de
Artrus! Não fulmina - oh, Deusa das Deusas! com tua lisérgica Luz,
este dedicado servo, até estar concluído seu trabalho! Até acabar
esta infinitesimal pintura de teu acinético domínio, envolto em tuas
ácidas unhas: a inacabável Géa!
NOTA DE CCDB (como consta do Livro Nono de Géa)
Conforme o Teorema de Clausar, existem inúmeros planetas
semelhantes a Terra e a Géa. Em vários desses orbes há diversos
escritores escrevendo a respeito de Géa, e alguns fazem parte da
Irmandade Galáctica. O conjunto de suas obras interplanetárias
iniciará um movimento assaz salutar para os mundos de civilização
incipiente, melhor os preparando para o ingresso na comunidade da
Via Láctea, a Kycla, e daí para muito; muito além.
O texto do capítulo anterior, “SOLÍFUGOS OLHOS...”,
deveria pertencer a um desses livros. O autor é amigo meu, desde
nossos primeiros contatos coa Ordem. Esse amigo escreveu o capítulo
em questão, e resolveu não o publicar no próprio livro, para manter
segredo de seu imenso amor e pungente amargor.
Ao ler o esboço da vasta obra, o capítulo retirado agradou-me
sobremaneira; entristeci, ao vê-lo destinado ao reciclador e pedi-o
para inserir aqui. Obtive o privilégio, sob condição de meu amigo não
ser identificado, nem mencionada a esfera onde habita.
Preferi só contar a Você, Leitora, Leitor, a verdade sobre a
origem do capítulo nesta página, seguinte às de sua leitura, para darlhe
a mesma sensação de empatia vivenciada por mim ao ler o original,
em contato direto com o autor; e, não, com intermediários. Por esse
motivo aparecem os nomes dos gregos, do Olimpo, de Mozart e de
Sade em lugar dos autênticos, e adaptei o texto para parecer meu.
Solicito-lhe o perdão pela manobra aética. Mesmo assim...
Lê, Leitor! Nalgum Universo, tua imaginação destorcerá
galáxias, conformando-as às figuras de teus heróis, e tu serás Deus! Por
ora, vai treinando coas nuvens...
NOTA DE CCDB (para este site)
A "NOTA DE CCDB" que consta do capítulo acima é parte da ficção,
do sabor (que, assim como a mais cristalina Verdade) incluo no texto de Géa.
Cabe, pois, a você decidir quem terá sido o autor do capítulo "Sauternidade"...
Lista geral de personagens de meus livros (PDF 640KB).
Algo sobre Mozart no início da página Resenha e Público-alvo.
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Na página mais visitada deste site você pode saber muito mais sobre o plano mens!
Em Penta o sol nasce descendo (animação).
Penta girando (animação).
Altaré ronda Penta (animação).
O passadiço de Altaré (animação).
Lista geral de personagens dos livros de minha autoria (PDF 640KB). - CCDB
Lista das naves da obra Géa (PDF 59KB).
O disco voador chamado Laranja.
Galeria de fotos da família CCDB, Dalgiza e RDB
Os magníficos umunos!
Veja o Universo Fractálico.
Geínha - a Série Infanto-juvenil que também os adultos adorarão!
Mais sobre Géa.
Detalhes sobre os novos semblantes de Rá, de Talia e de Ky,
criados para Geínha, com informações sobre como os produzi,
você verá nas ilustrações do Livro Nono de Geínha e nas páginas:
Ky: amo perdidamente minhas personagens
Opinião do cineasta hollywoodiano Jeff McCarty sobre as minhas ilustrações em geral
Opinião do cineasta Jeff McCarty sobre a página "Ky: amo perdidamente minhas personagens"
Opinião do cineasta Jeff McCarty sobre as ilustrações do Livro Onze de Geínha
Nota de CCDB: ver qualificações de Sergio Sacco na página "Melhor que o resto do site?"
Nota de CCDB: Idavan Ricciardi é Coronel Médico da Aeronáutica R/R e, na vida civil, médico com título de especialista em ginecologia e obstetrícia pela Associação Médica Brasileira, Mestre em Saúde Pública pela Escola Nacional de Saúde Pública e diplomado pela ESG (Escola Superior de Guerra) no Curso de Altos Estudos de Política e Estratégia.
Opinião de Júlio C. Martins sobre as minhas ilustrações
Nota de CCDB: Júlio C. Martins é Professor da UFES (no curso de Comunicação Social) de Produção de áudio e pesquisador em comunicação e semiótica na linha acústica e percepção sonora. Mestrado em comunicação e semiótica na PUC/SP
Opinião do Professor Alysson Junior (Cowboy Alysson Jr.)
Ver ilustrações dos outros livros de Geínha e de Géa