Clausar observa o horizonte aberto, absolutamente livre de
qualquer poluição: tirante o solitário multiggon e anacoréticos
transportes afins, não há veículos poluentes num raio de três mil
quilotrezêmbilhos, exceto nos quinhentos rumo a Salo, e os ventos
sopram para lá. O azul não é anil como na cidade natal do jovem:
o géon e a baixa altitude puxam a tonalidade ao ciano claríssimo. O
adolescente sobretudo impressiona-se coa nitidez das nuvens mais
distantes: o ar dá ares de rarefeito e prostra-se, tamanha é a
transparência! Sucedem-se cúmulos alvíssimos, trajando cinza
para reverenciar o branco: vistos de baixo, os mais próximos
impõem bases obumbradas e planas, compressos na perspectiva, e
os medianamente distantes mostram de lado a géa de seu voluptuoso
crescimento vertical, globuliforme e flocado. A magnitude de cada
figura rende-se ante a imensidade de Géa; e, ao longe, acima
torna-se embaixo. Na perfeita linha da curvatura planetária, onde
a abóbada gasosa se esconde por detrás, os torreões de cabeças
redondas inclinam-se e reapresentam os pés chatos, assim aleijados
de tanto caminharem pelos céus macios. A trechos, condensações
tempestuosas despejam túrbias isoladas, abastecendo de líqua a
depressão, outrônada mar interior. Nesses remotos palcos sombrios,
a tensão atmosférica se rompe, e a emoção dos elementos deixa-se
fluir em acesas colunas de alabastro: o espaço enfunado faz beldo
com a esfera, ejacula granizo na poeira; e os dois gozam relâmpagos.

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