Clausar volta a mergulhar no claustro de si, desta vez soprado
por mais tranqüilo austro: a possibilidade de retorno. Dessarte
a tensão reduz-se; e o enk pode analisar à vontade o próprio estado,
pasmar-se coa gediância interior, perlustrar por lustros, no
plaustro da consciência aberta, o lustroso lustre cósmico.

Longe de findar, ou de enfraquecer, a experiência alcança outra
fase. A percepção dos sentidos internos sustenta-se, muito superior
à da sua contraparte externa. Clausar abre o alçapão no canto do
assoalho e desce a escada quase vertical para o dormitório. Eria
o ruído de Ky, acordada nestas altas nônadas da lúmia, lá na oficina.
A keninha diverte-se com pedacinhos de madeira, sobras das
Etérilas de Soládio, para esquecer o medo de ficar só.

Clausar sente isso, como se ambos fossem um ser único. Não
chama a filha, temendo assustá-la com as íris dilatadas. Pela
primeira vez na viagem, Clausar encontra a imagem do próprio
rosto em um espelho. Na parede do quarto, revestida de tábuas
claras, envernizadas, rústicas e cheias de nós avermelhados, o
retângulo de frátax refletor mostra de perto cada poro da
tez do enk, exibe cores saturadas, apresenta efeitos corona,
manifesta ecos de imagem e deforma-se como o quadro no
estúdio: afunda em concavidades dois quadrantes opostos em
diagonal, expande em convexidades os outros
dois e alterna lentamente essa alomorfia.

Clausar focaliza os írios. Concentra-se e usa a vontade para
contrair os diafragmas íris. Eles obedecem! As pupilas normalizam-se
sob a géa do enk. Até menor, no folgado e grosso casaco azul-fino,
peça única visível da roupa; neste estato, a figurinha longilínea
de cabelos negros, pele alvíssima, írios profundos qual profundo
mar de Géa e faces rosadas, surge na porta, entre o quarto e a
oficina. Pêndula de um barbante preto, encolarado no pescoço
esguio, traz a medalha cunhada por Clausar na véspera com o
pouco soládio restado da Etérila de Sérias. No centro do pequeno
disco áureo, o genitor cinzelara o nome da filha querida: Ky.