O êxtase dura alguns trínticos, até a composição encetar ampla
curva à esquerda: duas Prânias apresentam-se no orto, uma em
cima e outra embaixo, tangentes e em perfeita simetria, bem na
linha onde existiu o horizonte, conopeu sumido, ao descobrir o
tabernáculo de novíssimo céu. Quando os dois astros formam
um oito, Clausar sacode a cabeça, livra-se
da soniose e compreende:

- É líqua! Sim! Cruzamos sobre enorme e tranqüila superfície liquosa!
O céu abaixo é simples reflexo. Pena... Continuamos em Géa...
- O adolescente volta-se avante, cerra os írios e expulsa a imagem
interna do carro, manifesta sob o pran. As írias não são mais tão
brilhantes, ofuscadas pelo géon argênteo de dois zeros de luz,
ástrea esquizogênese daquele oito. Clausar pergunta-se: - Como
os namorados não odeiam Prânia? Ela atenua o brilho dos outros
astros!... Só se gostam dela por esconder as írias, livrá-los do
infinito! Sim! O pran reduz o ambiente e protege-lhes o beldo.
Aconchega, introrsa, amplia e aproxima-lhes os corpos psíquicos...
Gostaria tanto de achar alguma keninha capaz de entender-me!
Até hoje tenho encontrado futilidade, psiques estreitas, falsidade...
Belos corpinhos; feios cérebros... Ah, Géo! Tem de existir a
keninha certa! Onde? onde estará?!?...
- e Clausar adormece.