Do exterior e do interior de si, surge-lhes outro géon! Entre a
arieira e o círculo de fráteres, à destra de Clausar, abre-se geoso
foco: geaico, potente, sobe do chão e desce do céu; tremula em
linhas radiantes, perpendiculares ao solo. Cores alaranjadas
matinais emanam-lhe do âmago auribranco. Seu resplendor
não deslumbra os írios: infunde, estabelece, inspira poder.

O ente não apareceu entre as chamas, no vértice de concentração
dos iriares e da consciência dos presentes, onde poderia ser
adivinhado. Manifestou-se voluntariamente. Veio de alhures:
não estava ali! Posto fosse inesperado, é plenipotenciário e excele,
ante a géa individual e gregária dos irmãos, no círculo.

Principia, então, o som pausado e firme de uma grave Voz!

Da frase singela e curta, aos poucos, lentamente, a acepção
descobre-se nas mentes dos Galácticos. É a solução aguda,
aguardada por espectros e espectros. A Voz não pertence ao Ser:
provém da arieira, do ar; de tudo, menos dele.
E a Voz acaba de proclamar:

- ESTE NÃO TEM CORPO.

Adquirida ao inter-relacionarem-se na expressão lacônica, a
magnitude esplêndida dos quatro vocábulos foge à intelecção
imediata de Clausar. O enk já havia iriado e visto Deus;
gedianciara a Experiência das Experiências no âmago do Uno
e conscientizou-se, integrado no Absoluto: "- Sou Ele mesmo;
sou Géo, de certa forma.". Nessa experimentação, Clausar
fora cada mens, rótron, rotrônila, coisa, bíola, ser e não-ser
do Universo interior e exterior. Isso lhe transmudara a gédia.
Posteriormente, contemplou e testou inúmeras provas da Géa,
trazidas pela afiliação à Irmandade, portadora e reveladora
da Técnica Mística. Dessa época em diante, não
necessitou do KSE para renovar tal gediância.

Faz ritmo, Clausar elevara-se qual artefato pirotécnico, num
só impulso, ao imo de Géo... e detonou em Géon. Não subiu
em etapas, feito foguete multiestágio, percorrendo a Trilha;
descobrindo veredas, desvios, clareiras ocultas na Senda.
Igual na plântula (ora só por dentro), conheceu o todo.
Clausar, tão experiente!... Clausar, magnífico!... remoia, há
espectros, interrogação imensa! Almejava resposta como,
embora tremeluzam universos-ilhas ao longe, o náufrago
do espaço intergaláctico procura um sol na escuridão...

Clausar, tão pequeno! Clausar: por um triz, nada!... Preocupado
em saber se existem ou não seres incorpóreos... Interrogação
de quem percorre o meio da Senda. Indagação menos importante;
ao pé de iriar, enxergar, diluir-se em Géo e perpetuar-se no Absoluto,
como Clausar fizera. Quem recebe a última solução não se importa
em questionar se é perene como indivíduo ou como parte do
Cosmos. E a pergunta no ar é outrossim pungente!

Sim! Aqui, neste estato; aos írios, érios e sensores do Ky;
chegava-lhe a resposta, o procurado sol! Singela, concisa,
ponderosa, como soem ser as dos legítimos
Mentores. Certeira e certa.

"- ESTE NÃO TEM CORPO." - reverberava e clarificava-se ao e
nk com desmedida luminosidade; como para quem, drogado, fita
o Sol e deixa-o queimar-lhe as retinas, querendo gravá-lo em
susbstituição a Deus pelo resto da vida na própria cegueira!

"- Corpo só pode significar corpo físico! Se não tem corpo,
nunca nasceu em um ou tem de estar gédio após a morte!!!"
- reflete Clausar. "- E essa gédia se me patenteia aos írios!
Jamais tenha a entidade habitado um organismo, ou sim; das
duas maneiras prova: existe gédia incorpórea! E sinto: o Ser
já possuiu corpo, posto a Voz não tenha dito. Logo, eu e as
criaturas somos parte da gédia eterna; perenes, como indivíduos.
Não nos diluiremos na seiva do Absoluto, perdendo a identidade
na transição! De gédia em gédia material, o Ky transmigra a
formas cada vez mais geosas, amplas, inter-relacionadas. O
mesmo, o mesmíssimo Ky!!!". - intui, conclui e assimila
o enk, iniciado como se deve: por emoção e razão.