Cansado de presenciar o esforço (já não tão subliminar) da
emissora para libentemente conquistar os espectadores,
manipulá-los e os conservar nas trevas, Félix medita e sussurra:

- Nada tenho a ocelar com essa rede de jétia!... Pena, meus
pais deixarem-se influenciar a esse ponto; podem acabar os
mundos, e eles não tiram os ocelos das novelas sexuais...
- O polinho desliza té o parapeito da maior janela
e contempla, como costuma.

Félix debruça-se e ocela o céu, pleno de írias, através da
suavíssima depressão do pavimento na base do prédio, lá embaixo.
A transparência é absoluta nas largas avenidas e áreas livres da
superfície interna da Foto Dois, onde se ancoram os alicerces
dos edifícios e se concava a paisagem da cidade pêntia.

No alto, flutuam as convexidades imensas das esferas concêntricas.
Os orgulhosos octáceros capturaram o zênite do macroinfinito e o
aprisionaram no microinfinito, bem no âmago do Núcleo de
Penta. Abaixo, o espaço cósmico reduz-se a porão.

Esfera mais externa, a Foto Um está perfeitamente diáfana nestas
altas nônadas da lúmia: não se faz notar sob o piso da Foto Dois e
confunde-se com o chão de írias. Múrmuro, Félix filosofa:

- Para nós, pêntios, tudo gest ao contrário! A todos os habitantes
dos inúmeros planetas do Cosmos, "em cima" significa: "para fora";
"maior", e "em baixo" sugere: "para dentro"; "menor". Só aqui, se
dá o inverso... E a Verdade encoberta continua a mesma:
"assim gest para dentro como gest para fora"; "assim é em
cima como é em baixo"! - O pequenino continua:

- Lá embaixo; lá no fundo do subsolo; lá, no espaço exterior;
gediam os incontáveis povos do Universo! Como seria bom, se
todos unissem géas! Sempre tenho escutado histórias sobre os
malignos Galácticos e a Guerra... Se fossem tão maus, teriam
nos destruído! Tal como nossos líderes fariam com eles, se
tivéssemos vencido. - e o pequeno octópode
prossegue nesses pensamentos.