A sala de comando da 410 estataneamente dá lugar a alvo horizonte,
recortado por estranhíssimos edifícios tentaculiformes, pares
fronteados de prédios enantiomorfos e aglomerados de torres
heteromorfas contra o azul do céu, similar ao de Géa. No zênite,
observa-se a extremidade do ramo metálico, presa ao fotofrátax
iniriável, invisível e inocelável. Flectido ao longo de suave curva,
perde-se na distância extra-atmosférica o cabo cheio de esferas
dependuradas, até encontrar na ponta longínqua, quatro diâmetros
geóctones adiante, a superfície da Foto Um! O diâmetro angular
do orbe principal de Penta cobre quarenta
e dois graus do firmamento.

- Trônquilho!

- O mesmo digo eu, Rá!...

- Palpobulbos! - faz Tóxia, também transportada intacta.

- Estamos no centro exato do Globo Pranélite Oito; o chão
divide-o ao meio: metade voltada ao espaço exterior; metade,
ao orbe principal. Cá não se anda na própria esfera feito lá, pois
Globos Pranélites são fixos, e a centrífuga dá boa gravidade só
aqui. Os antípodas usam gravidade mais cara e são cientistas
militares. Sigam-me e perdoem-me os modos
ríspidos, daqui por diante.

- Compreendemos, Mílite. - responde o enkinho. E Rá, com
Tóxia escondida sob a gola azul, mais Terrar, de olhos meditativos,
põem-se a caminhar atrás do aracnopólipo. Curiosos, os Galácticos
e a telária observam-lhe o colear dos tentáculos, no rápido avanço.
O ruído é de lixa, acompanhado pelo som do beijo pipocado das
ventosas no chão, aderindo e soltando-se. Não há identidade
de andamento e timbre; mesmo assim, a maciça figura resfolegante
e a perfeição do tempo no compasso recorrente acalantam o ânimo
do terráqueo; trazem-lhe à memória o embalo das rodas dos vagões
das marias-fumaças sobre os trilhos infinitos, nas infinitas viagens,
rumo aos infinitos pantanais matogrossenses, no fim do infinito...