- Estou com muita fome, Lú! Os vendedores nos aguardam no castelo,
conforme a transmissão psicofotônica de ontem, mas dá ritmo:
podemos passar no posto mudador de monoceros; segundo o Guia
Galáctico, lá servem pratos deliciosos!
Já provou carne de strutiomelus?
- Nunca! Nem sei como o bicho é. A propósito, vamos sim!
Também estou famélica! O duelo abriu-me o apetite...
- Pode pousar bem ali! - e Gia aponta o local. - É naquela torre
estereotômica, à direita da estrada. - acrescenta a kena.
Alfa Telariae já mergulha pela metade no ocaso. Ou Umalfa nela
submerge, tão larga a estrela se expande! Palavras pindáricas
sobem do estômago vazio e surdem surdas na mente de Louriage,
guiadas pelos frigicerúleos dedos da Fome: "Alfa! Elísia elipse
horizontifocal! Tetradimensional elipsóide oblato! Ovante oval!"...
- Por telepático apetite, Gia escuta e brinca: "- Seja como não for,
continua indo: Píndaro eternizou-se, e seus críticos não...".
Alucinada, a mestra devora o pindarismo e revê por segundos um
entardecer fluminense de verão, onde desliza a meia altura, no
mesmo rápido lençol de vento, a coleção completa de nuvens do
planeta, rasgando-se em chumbo, estanho, prata e algodão, para
mostrar a pele nua do Céu, em suntuoso festival de azuis-claros.
O zíper reto da esteira de um jato fecha o vestido do Céu.
Louriage sacode a cabeça, expulsa de um jacto a litórea quimera,
deglute as brasas da nostalgia brasileira e ressente o ébano do
volante nas mãos. A ergonomia da peça a faz parecer macia.
A valquíria estaciona suavemente a turbonave anilínea ao
lado de uma torre antiga, construída com grandes alistões de
tamanhos e formas diversos, cuidadosamente encaixados e
fixos sem massa. Os raios oblíquos do astro gigante vermelho,
alaranjados pela atmosfera dourada, incidem na superfície
convexa da fortaleza e anseiam iluminar os seios da parede
sólida, conquanto a anatomia da matéria fria se afigure imune
às quentes carícias do lume: falta-lhe amor, diria o
poeta;
falta-lhe proteína e serotonina, o cientista...
O alfênico anilado da rocha umalfa; açúcar-cande talhado à
mão há milênios, achocolata ao receber os fótons ocráceos,
pois não sabe refletir-lhes o comprimento de onda. O contraste
recorta a construção no céu, qual bolo com vela soprada
em escuro de festa. E no toro austero deste chão desliza o
atroceleste manto da Noite, entorpecendo as cores, vergando
as hastes das flores, ameigando a relva, alisando as
areias e adormecendo o mundo dos seres diurnos.
A mesma sombra negreja o profundo azul-marinho dorsal da
turbonave aerodinâmica, degradado ao azul-celeste nas laterais
arredondadas até alcançar o branco, rente ao chão. A nau de Sérias
tem o colorido cambiante do trigonodon abrasofusus gia, pintado
ali com elegância por Clausar: azul-escuro por cima, branco
por baixo, meios-tons nos flancos. Não só a cor; a Blue Chaos
possui-lhe a géa, a velocidade... e a violência também, se desejada!
A barriga branca da bólide movida a buraco negro apossa-se do
áureo crepúsculo, e a nave quase desaparece: em cima, rouba
o negror zenital; no meio, o soládio horizontal; embaixo, o negrume
nadiral. Feito para reverberar o encanto safírico do azul, o
polimento extremado da pintura resolve refletir a luz estelar,
para integrar-se mais à paisagem. Na metade alta da turbonave,
desfalece e morre no azul-ferrete o amarelo-enxofre dos astros
fulgentes; renasce e cintila o calibcérulo matiz
original dos ocelos brilhantes do céu...
Se cá, fora do posto de monoceros, o pincel mimético da Escuridão
lambe os lanhos da langue do mundo lânguido; lá, entre as
muretas graníticas do pátio fronteiriço à torre, a paleta é outra!
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Nota de CCDB: ver qualificações de Sergio Sacco na página "Melhor que o resto do site?"
Nota de CCDB: Idavan Ricciardi é Coronel Médico da Aeronáutica R/R e, na vida civil, médico com título de especialista em ginecologia e obstetrícia pela Associação Médica Brasileira, Mestre em Saúde Pública pela Escola Nacional de Saúde Pública e diplomado pela ESG (Escola Superior de Guerra) no Curso de Altos Estudos de Política e Estratégia.
Opinião de Júlio C. Martins sobre as minhas ilustrações
Nota de CCDB: Júlio C. Martins é Professor da UFES (no curso de Comunicação Social) de Produção de áudio e pesquisador em comunicação e semiótica na linha acústica e percepção sonora. Mestrado em comunicação e semiótica na PUC/SP
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