- Não se desculpe, bio. Agiu muito corretamente. Agora, ao trabalho!
Faça todas as medidas, pois a estrela é nossa! E afixe bandeira
neste abismo de luz, tomando posse do âmago de Rá,
a entidade astral mais linda do Macrocosmo!

- Bandeira, Comandante? Presentemente...
não há material capaz de suportar...

- Não há mas vai haver! - e Rá fecha os írios...
para enxergar melhor, com a mente!

Dos nove buracos negros projetam-se feixes de géa capazes de
achatarem a própria substância do miolo estelar. Em fluxos de géon,
mais intenso comparado ao do núcleo, as nove trevas vão
compactando caracteres, traçando linhas e contornos; contrastes...

Por fim, surge a bandeira tosca; rude igual desenho rupestre
e rija feito as dos astronautas, nas luas sem atmosfera.

No centro se lê, em teruzês, caligrafia nítida: "Em nome de Teruz
e dos Galácticos, tomamos posse do Centro de Rá, por todos os
gigaspectros de gigaspectros. Eu, Rá Lúmen Cromat Geócton, filho
e pai de Clausar; Tóxia, a telária da peçonha mortal; e bio, ápex
gédio entre os não-vivos do Cosmos. A bordo da 336 Laranja 1509-A,
a mais bela ritmonave dos Multiversos de Géo!"...

E Rá libera a bandeira, qual dizem ter feito Géo às Tábuas
da Lei. Para quamnum majá dali se afastar... (pensa ele).

Ela permanece parada, retida pela gravidade da estrela, arrostando
as condições inimagináveis do núcleo. Feita para durar mais de
cinco bilhões de espectros e, quem sabe quem?
algum cromat ou lúmia encontrar!...

- Todos os dados computados e armazenados, filho do Criador.
Os Galácticos imortalizar-lhe-ão o nome! - diz a máquina,
elevando mãos psídicas, expressão gloriosa de leão na face metalóide.

- Já somos todos imortais, bio... - replica o enkinho, do fundo do atmã.