Na ilustração acima (e em diversas outras de meus livros, apresentadas
neste site), vemos Dalgiza, no papel de Gia - foto de CCDB
No livro ao qual pertence, a ilustração não contém o nome deste site. Foi necessário que eu
colocasse tal nome sobre a própria ilustração, porque estava sendo divulgada por sites de
terceiros sem minha autorização nem informação da fonte. - CCDB 04-02-2008
HOMENAGEM À INIGUALÁVEL GIA, ESTE É ADREDE
O PARÁGRAFO MAIS LONGO DA OBRA GÉA
"- Rosa... Muito rosa... Rosa mádido de rosa! Em tempo algum
tão rosa como a esta nônada no alvorecer!... E dormes. Como
és linda, meu Géo!... Teus luminosos cabelos emolduram o semblante,
irradiam-se pelo alvo cetim do lençol, voluteiam sobre as espáduas
e os rígidos seios vestais; de tenros bicos ainda mais róseos, apontados
ao rosado azul do céu matinal. - Céu; Gia! Céu em Géa. Céu não é lá
fora; sim aqui, contigo! Aqui, neste sofá renovado por teu géon e
rendilhado de soládio pelo contínuo manto de tua coma finíssima;
divino leito de nácar - eis o Céu! Eu, tão perto, mesmo neste
deslumbrante e cálido brilho, já não posso ter no foco perfeito cada poro,
cada penugem do teu rosto adorado, como o via quando nos conhecemos.
Mas guardo nítido na lembrança e muito o observo quando estou de fótulos.
Conserva a perfeição de antes, hoje mais apurada por linhas sutis,
traçadas pelo ritmo junto aos olhos... Os olhos de Gia! Mesmo cerrados
são olhos rasgados. Proporcionais às dimensões das kenas, como nas
mulheres da Terra, parecem tão grandes quanto os das elastas! Possuem
nos extremos das pálpebras inferiores aquela marca de força curiosamente
encontrada em tantas coisas e seres diversos, três ou mais linhas
paralelas. Em Gia são três. Não as linhas divergentes e ramificadas
das faces cansadas e das descargas elétricas - as tuas são três grifos de
saúde, majestade e vigor! Estão em número de sete nas guelras das
trezentas espécies de pleurobrânquios de 3 Eta Zuniae - vi na
egkyklopaideía fotogética trazida de lá. Também nos trigonodon
abrasofusus gia, nossos predadores similares dos mares de Géa.
As fêmeas de ventura ventura rex em 5 Ro Bolinei as possuem, e
nossas elastas as ostentam. A Laranja as traz ao redor dos reatores,
para dissipar gédons infravermelhos. Em 1 Alfa Telariae, há as
motoquadrigas de duelo, como lá as chamam, e as melhores delas
portam dos lados as mesmas linhas eqüidistantes, cunho do poder
e da excelência! Como estão aqui, diante de mim, privilegiado observador
furtivo, prolongando a curva eferente das pálpebras cerradas de Gia
sobre a parte superior dos pômulos saídos; traços finos e muito suaves,
mal perceptíveis enquanto repousa, límpidos e nobres quando sorri ou
se exalta!... E esses teus acentuados malares! Destacam os contornos
da face querida e formam com a ponta do queixo delicado três ângulos
de perfeição, para se unirem na boca mais sensual e bela de Géa!...
As pontas de meus dedos conseguem tocar-lhes a harmonia dos
realces sem te despertar... Sinto cada lanugem no lábio superior;
cuidadoso com o tato, percorro ávido o relevo da face até os olhos e,
sem retirar o toque para não chamar a atenção, subo do pequenino
nariz arrebitado à base das sobrancelhas de primorosa elegância!
Nem no País Kéfer - o arcano -, em todas as gravuras descobertas,
há curvas comparáveis a estas! Lá as sublinhavam com tintas, talvez
sonhando com tua perfeição! Lá criaram o primeiro perfume, quiçá
intuindo tua fragrância, pois suas desditosas narinas jamais
experimentaram este olor!... Terei feito algo de bom sem saber?
Terei sido recompensado por algum serviço ao cósmico? Cá estarei
por acaso, sorte, direito, ...ou por descuido de Géo?... Dos supercílios,
a trajetória de meus dedos segue; afastando alguns fios, soládicos
de géon; desviando outros, ruivos, incandescentes; e encontram as
diminutas conchas, por onde freqüências tão altas, como só as kenas
jovens e as crianças podem captar, levam o mundo de detalhes e
transientes para dentro de Ti! Mundo esse agora distante,
suplantado por teus sonhos!... Seriam por mim?!... E este rosa!
Invade-me o Ky! Deve ser natural tratamento restaurador da beleza,
pois só antes do despertar é tão intenso! É isso! Por esse motivo
nunca te maquias! Não se pode otimizar a perfeição! Serias a
reencarnação de Beldite, vinda a mim para colher de nós dois o
fruto em Géa e levar ao Extasium, tornando-o deus? Em meu âmago
está o desejo genésico de possuir todas as kenas de Géa; as mulheres
da Terra e as fêmeas enkóides de outros mundos, também. Meu
corpo clama por mais, mais, sempre mais. Ora, tenho a Ti, minha
Gia! Tenho todas e mais uma em Ti! A melhor, a mais desejável,
a mais bela, a única, a suprema, a satisfação plena sempre renovada;
virgem a cada vez, sábia em todas: a própria Beldite! Teu Ky é tão
suave e forte como teu corpo. Em sua agudez fotônica, tua mente
assombraria os Magnos! Com duas palavras me esclareces dúvidas
enciclopédicas. Muitas vezes, após me ouvir em longas dissertações,
desqualificas-me com tua presteza de raciocínio, esteja eu certo ou errado,
e pões termo a minha angústia intelectual com tua concisa lucidez.
Por mais de uma vez teu juízo tirou a empresa da rota fatal e a Laranja
do rumo perdido. Teu corpo e teu Ky são um só, na formosura rosácea,
aqui diante de meus sentidos e emoção! Meus dedos dão lugar às mãos;
e estas, ao peito, no êxtase de teu contato. Apoético, sei muito bem
onde acabo e começas. Trigueiro, contigo me faço rosa e te radio
entre os raios rosados de Rá, às raias sem fim do mais recôndito espaço!
Desperto teu Ky entre os braços do meu, na géona dos astros; e aqui
em Géa afinal te moves e sorris, abres os olhos e fitas os meus!... Ah,
Gia, teus olhos! Sob a luz direta de Rá não se ofuscam e podem
expandir por inteiro as pálpebras, mostrar o brilho diamantino
das córneas de cristal. Agigantam-se e ocupam todo o horizonte, pleno
do foco e da nitidez perdidos, tão amplo se torna este ambiente!
Através delas vejo as texturas radiais dos pulsantes diafragmas íris,
tingidas do mais exclusivo tom de madeira de lei, abrasada pelo
fogo rubro de partículas soládicas em suspensão coloidal. No
centro desses enormes discos incandescentes, como se dos brilhantes
planetas gêmeos anelados Ritmos retirassem as esferas e deixassem
dois rombos negros no espaço, dilatam-se as portas misteriosas de
teu Ky, para onde os gédons lentamente fluem e se escoam, penetram
e formam trilhas coruscantes. Abandono-me atrás deles neste caudal
infinito e cerro os olhos, retendo para sempre a imagem dos teus.
Aceito o convite dos gédons para também ali me entregar à unidade
ou à morte, e no caminho deste vórtice de géa encontro teus lábios
nos meus... E julgava estar todo desperto!... Teu sabor acorda papilas,
expande tamanhos, faz tudo ser boca e língua, fluxo e gosto,
dentinhos serrilhados de keninha criança, fendas à deriva e sucção.
Teu hálito supera em essência o ar da manhã, tem o Pran e a Géa.
Prefiro aspirá-lo: dá mais vida! O tom de teus suspiros me atiça
os fluidos e põe nos músculos o tônus dos elastos! Pelas palmas
das mãos; nas plantas dos pés; no roçar da pele, dos pêlos e das
auras unidas; recoberto por teus cabelos; vivendo de teu perfume;
mergulhado em teus olhos; a beijar teus lábios, alcanço tua forma
completa, enfim! Nela penetro e ao redor me abraço. Por dentro e
por fora, retenho teu ser! Implodo em humor fecundante e me
entrego a Ti! Minha vida à tua! Meu Ky ao teu!... Nada pronuncias,
porém te ouço a voz, na perfeição singela de duas palavras.
'- Eu sei!...' estás dizendo... - Ah, Gia! Como te amo!... Como
te adoro!... Como te admiro e respeito!.. Pobres de Rá e
de mim sem a tua presença! Daria minha vida por Ti!".
Clausar não sabe: o momento de cumprir a
promessa
vem chegando e está bem próximo...
Veja (rolando a página que se abrirá) mais uma aplicação desta imagem.
Veja mais fotos de Dalgiza, no papel de Gia.
Lista geral de personagens dos livros de minha autoria (PDF 640KB). - CCDB
Opinião do cineasta hollywoodiano Jeff McCarty sobre as minhas ilustrações em geral
Opinião do cineasta hollywoodiano Jeff McCarty sobre esta página
Opinião do cineasta Jeff McCarty sobre as ilustrações do Livro Onze de Geínha
Nota de CCDB: ver qualificações de Sergio Sacco na página "Melhor que o resto do site?"
Nota de CCDB: Idavan Ricciardi é Coronel Médico da Aeronáutica R/R e, na vida civil, médico com título de especialista em ginecologia e obstetrícia pela Associação Médica Brasileira, Mestre em Saúde Pública pela Escola Nacional de Saúde Pública e diplomado pela ESG (Escola Superior de Guerra) no Curso de Altos Estudos de Política e Estratégia.
Opinião de Júlio C. Martins sobre as minhas ilustrações
Nota de CCDB: Júlio C. Martins é Professor da UFES (no curso de Comunicação Social) de Produção de áudio e pesquisador em comunicação e semiótica na linha acústica e percepção sonora. Mestrado em comunicação e semiótica na PUC/SP
Opinião do Professor Alysson Junior (Cowboy Alysson Jr.)
Ver ilustrações dos outros livros